O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, o UNODC, lança relatórios anuais sobre o consumo global de substâncias ilícitas. O documento deste ano já foi publicado no mês de junho e revela diversas informações importantes sobre o mundo e as drogas.
No relatório de 2020, foi considerado o impacto da pandemia de Covid-19 no consumo e no mercado de entorpecentes. Ainda que todos os seus efeitos ainda não sejam plenamente conhecidos, sendo necessária uma distância temporal maior para que serem detectados, já foi possível perceber que a dependência química e o alcoolismo se gravaram com o Coronavírus.
A diretora executiva da UNODC, Ghada Waly, explicou em uma coletiva de imprensa que os grupos marginalizados estão, mais do que nunca, entre os mais vulneráveis ao vício. Problemas econômicos e sociais aumentam os índices de dependência.
Isso sem falar na sobrecarga dos sistemas de saúde, que estão com as suas atividades extremamente focadas naqueles que foram atingidos pela Covid-19. Programas de prevenção e controle de dependência foram afetados e inclusive perderam incentivos financeiros.
As drogas mais consumidas no mundo, de acordo com a Revista Forbes, são:
1. Maconha;
2. Cocaína;
3. MDMA, conhecida popularmente como ecstasy;
4. Anfetaminas;
5. LSD;
6. Cogumelos com poder alucinógeno;
7. Opioides com prescrição médica;
8. Cetamina (ou Ketamina);
9. Poppers (drogas estimulantes inaladas);
10. Crack.
Essa lista contempla uma tendência de uso verificada a nível global. No entanto, há particularidades em cada região o país de acordo com a cultura e costumes locais, além da disponibilidade da droga para comercialização, seja ela lícita ou ilícita.
Segundo o relatório da UNODC, se os governos não demonstrarem real interesse em tratar o problema das drogas como uma questão de saúde pública, ele só vai se agravar. O tráfico de drogas e todos os crimes a ele associados são consequência da demanda por drogas. Há um mercado consumidor cada vez maior.
A melhor solução, de acordo com especialistas, não está apenas na criminalização da compra, venda e consumo de drogas. A proibição do consumo de álcool nos Estados Unidos, conhecida como Lei Seca, foi um dos exemplos mais claros de como o crime pode inclusive aumentar com restrições severas ao uso de determinada substância.
A saída mais inteligente e efetiva está no trabalho de conscientização da população. As pessoas precisam ter acesso amplo à educação para que possam, de fato, compreender os impactos das drogas para si e para a sociedade como um todo.
Além disso, outra medida comprovadamente eficiente é a minimização da desigualdade social. Quando todos partem do mesmo ponto, tendo as mesmas condições de competição, é que podemos finalmente falar em mérito.
Caso contrário, veremos cada vez mais pessoas injustiçadas, desmotivadas, desamparadas e mais suscetíveis a fugir da realidade com o uso de drogas. O vício é uma doença e não somente um crime.
Se você, um amigo ou familiar sofre com a dependência química, procure por ajuda. Há centenas de centros especializados para a desintoxicação e reabilitação.