O Brasil é um dos muitos países com milhares e milhares de pessoas sofrendo por causa de algum tipo de dependência química. As pesquisas mostram que, apesar de o público mais jovem ser o maior prejudicado pelo uso e abuso das drogas, várias outras faixas etárias são atingidas. Se você está lendo esse artigo pode ser que você ou alguém da sua família esteja enfrentando esse tipo de problema e simplesmente não sabe o que fazer, porque existem muitos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil. Quais são esses desafios? Como podemos encarar eles? Vamos te dar algumas orientações que podem te ajudar no processo de vencer esse mal.
O primeiro dos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil é identificar o que é o estado de dependência, pois vivemos em um país onde algumas das drogas que mais produzem dependência são legalizadas e consumidas por uma parcela significativa da população. Assim sendo, como podemos diferenciar o consumo normal do vício? Alguns pontos podem ajudar o dependente e os familiares a perceber essa transição:
a) Primeiramente o indivíduo começa a atrapalhar toda a sua rotina por causa do vício, chegando atrasado no trabalho, não se envolvendo mais em compromissos de família e muitas vezes nem aparece nessas situações por causa do seu vício;
b) O indivíduo se torna mais agressivo com as pessoas ao seu redor, além de adotar uma postura de isolamento em relação às outras pessoas. Além de muitos outros sinais como despreocupação com a aparência e higiene, desânimo e falta de perspectiva em relação à sua própria vida, entre outros.
Uma das questões que atrapalham o tratamento de dependentes químicos no Brasil é que ainda estamos falado de um tema que é um tabu, ou seja, as pessoas não conversam sobre isso da forma correta nos ambientes onde deveria se prevenir os adolescentes, jovens e também adultos sobre os males que podem ser causados pelo uso e abuso das drogas.
Isso faz com que uma pessoa que esteja tendo que lidar com esse problema se sinta envergonhado de conversar com outra pessoa, porque a tendência normal na sociedade brasileira é excluir, tratar como uma pessoa inconsequente, atitudes que apenas atrapalham o possível tratamento.
Como podemos resolver um problema do qual nem fazemos ideia? Um dos desafios a serem superados quando se fala da dependência química no Brasil é a falta de informações sobre o assunto. Seja nas grandes cidades ou nas regiões mais isoladas dos centros urbanos, há pouca informação sobre os perigos que o abuso das drogas pode causar.
Outro dos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil diz respeito à negação. Será que você ou alguém que você conhece não está passando justamente por esse momento? O indivíduo percebe que a dependência está atrapalhando todas as áreas da sua vida mas simplesmente não consegue admitir isso, e o vício só será vencido quando o dependente tiver consciência do seu estado aliado a um desejo de mudança.
Outro problema que acaba prejudicando muitas pessoas em relação ao tratamento contra a dependência química e acaba se tornando um dos desafios para o tratamento de dependentes químicos no Brasil é a questão financeira. Muitos familiares se veem na obrigação de cuidar de um dependente químico que passa por sérias crises de abstinência sem nenhum acompanhamento médico, primeiro porque o Sistema Único de Saúde (SUS) muitas vezes é insuficiente pra cuidar da situação e a família não tem dinheiro para solicitar uma internação quando ela se mostra necessária.
Outro sério desafio ao tratamento de dependentes químicos é a forma como a família do viciado(a) lida com essa questão. É muito comum julgar o dependente pelas más escolhas, porém é pouco comum estender a mão e ajudar. A pior coisa para um dependente é se ver sozinho na luta contra o vício.
A postura da família deve ser a do diálogo, procurando responder junto com o dependente questões sobre como lidar com aquele problema de forma franca e aberta, estabelecendo os limites que forem necessários, procurando ajuda profissional e identificando a necessidade de internamento clínico quando for o caso. Sem diálogo isso tudo é impossível.
Fonte: www.grupoclinicaderecuperacao.com.br