Se você tem um dependente químico em casa que não quer se submeter a um tratamento, o internamento compulsivo pode ser uma ótima opção para você. A dependência química é uma doença. Doença progressiva, crônica e de terminação fatal, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Como toda doença, a dependência química tem tratamento e espera-se que o portador se submeta a tal. Porém, para os que precisam de tratamento e não querem o internamento compulsivo está aí.
Internamento compulsivo, também chamado de internamento compulsório, é um tipo de internação realizada contra a vontade do sujeito. Isto é, internamento involuntário. Como compulsório, o internamento é concedido e liberado somente pela justiça brasileira mediante comprovação de que o sujeito realmente precisa desse tipo de internação. Bom seria, se todos os dependentes químicos se submetessem por livre e espontânea vontade ao tratamento para sua doença. Porém, há casos onde isso não é possível.
O internamento compulsivo é destinado não somente para os dependentes químicos que não querem se tratar. Mas, também para qualquer individuo com algum transtorno mental que esteja colocando em risco a sua própria vida e a vida de outros. O Internamento compulsivo é permitido pela justiça brasileira com base na Lei de Saúde Mental, lei n° 36/98 de 24 de julho. Como a dependência química é considerada uma doença mental, a lei se encaixa para dependentes químicos também.
O internamento compulsivo é destinado aos usuários de álcool e/ou drogas que estejam colocando a sua vida ou a vida de outros em risco e não querem se tratar. O internamento é feito em qualquer clínica de reabilitação onde o tratamento é baseado em abstinência de drogas, medicações e outras intervenções. Quando o sujeito chega a clínica oriundo de petição para internamento compulsivo, primeiramente ele recebe uma medicação forte para se tranquilizar.
Ninguém fica tranquilo indo para um lugar que não deseja. Por isso, é natural o dependente químico chegar à clínica muito alterado. Por mais que seja dolorido para a família ver um ente querido nessa situação, o internamento compulsivo as vezes é a única solução para que algo de pior não aconteça com o usuário. Há casos em que esse tipo de internação se configura até como uma medida protetiva para o sujeito.
O internamento compulsivo pode ser solicitado por qualquer familiar próximo ao paciente. Para isso, ele precisa da ajuda de um médico psiquiatra. É esse profissional quem irá avaliar se o sujeito precisa ou não de um internamento compulsório. O familiar deve procurar o psiquiatra e conversar com ele sobre a situação do indivíduo em questão. Após uma breve avaliação, se o médico julgar necessário ele dará a devida declaração.
Com a declaração em mãos de que o sujeito está colocando sua vida em risco e a de outros também, sem capacidade de gerir suas próprias ações, o familiar abrirá um pedido de internamento compulsivo junto a justiça. A mesma irá avaliar todas as condições e se julgar pertinente, irá conceder o pedido. O processo de liberação pode demorar semanas ou até alguns poucos meses.