O primeiro passo, e um dos mais difíceis de todos, é reconhecer o vício em cocaína como uma doença. Embora haja um senso comum de que o consumo de drogas é um desvio comportamental ou de caráter, ela precisa ser tratada como realmente é: uma enfermidade.
Porém, é claro que existem outros aspectos que estão envolvidos no seu consumo. Um deles é o fácil acesso aos entorpecentes no Brasil, ainda que eles sejam proibidos por lei.
De acordo com o GDS (Levantamento Global sobre Drogas), comprar cocaína no nosso país é fácil e barato. O preço só não é mais baixo do que na Colômbia, principal exportadora do produto para o mundo.
Isso faz com que, pelos mais diversos motivos, as pessoas acabem sendo ludibriadas pela aura glamurosa que se formou no entorno do consumo da substância. Normalmente relacionada a astros e celebridades, a cocaína é considerada uma droga de gente rica. Mas é encontrada por preços populares.
Esse juízo de valor deturpado é um dos motivadores que colocou a cocaína na posição de segunda droga mais consumida no Brasil. Ela fica somente atrás da maconha nas estatísticas.
De acordo com especialistas, o tratamento mais eficaz contra o consumo abusivo de cocaína é a desintoxicação e terapias realizadas de forma multidisciplinar. De preferência, em clínicas de reabilitação especializadas, que já contam com toda uma equipe qualificada para conduzir o processo.
No entanto, mesmo dentro desse tipo de estabelecimento, há diferentes alternativas que podem ser aplicadas. Elas costumam ser combinadas de acordo com as particularidades de cada caso e necessidades do paciente a partir do seu diagnóstico.
Os tipos de tratamento de cocaína mais indicados e que realmente funcionam, são:
Hoje em dia, a farmacologia conta com inúmeros medicamentos que podem ser usados em especial na fase de desintoxicação. Eles normalmente são aplicados pelos seguintes motivos:
Reproduzir o efeito da droga de maneira segura e em doses cada vez menores para desintoxicar o organismo gradualmente;
Combater a fissura pela cocaína e outras substâncias entorpecentes;
Causar aversão à droga quando ela é consumida.
Porém, para que o paciente não troque um vício por outro, é imprescindível que o uso desses medicamentos seja prescrito e monitorado pelo médico. Jamais pratique a automedicação, ainda mais em quadros de dependência química.
As terapias conduzidas por psicólogos e a abordagem clínica do psiquiatra são essenciais no tratamento do vício, que é classificada pela OMS como uma doença mental. Essas são áreas que usam metodologias próprias para munir o paciente de ferramentas úteis no controle do consumo da substância no longo prazo.
Outras abordagens terapêuticas, como as oficinais laborais e ocupacionais, são estratégicas para a mudança de comportamento do viciado. Elas diminuem os riscos de recaída e ajudam a pessoa a mudar o antigo estilo de vida tendo em vista atitudes mais saudáveis.