Foram muitas décadas de debates e estudos até que a OMS – a Organização Mundial da Saúde – reconhecesse o vício em jogos eletrônicos na lista de CID (Classificação Internacional de Doenças). Desde então, como o mundo vem tratando a dependência de jogos?
Pelas orientações da OMS, o diagnóstico da dependência em games e outros tipos de entretenimentos eletrônicos é determinado pelo nível de prioridade que o indivíduo dá para eles. Quando são colocados à frente de tarefas importantes, como estudos e trabalho, e prejudicam a vida pessoal ou a convivência com outras pessoas, é hora de procurar ajuda.
Contudo, um dos elementos que são considerados para o tratamento é o tempo pelo qual o gamer está inserido nessa rotina prejudicial. O padrão deve ser ininterrupto por ao menos 1 ano.
Em essência, esse é um vício que se assemelha com outros, como o uso abusivo de drogas ou de bebidas alcoólicas. No entanto, a dependência se dá pela descarga de substâncias que o próprio organismo produz quando o sujeito está jogando.
Por se tratar de uma doença recentemente reconhecida, ainda carecemos de mais estudos sobre o tema. Isso tem motivado pesquisadores em centenas de universidades de renome nacional e internacional.
De qualquer forma, a OMS estima que cerca de 60 milhões de pessoas sofrem com a dependência em jogos atualmente ao redor do mundo. Considerando que há em torno de 2 bilhões de jogadores de videogame, esse é um percentual de 3%.
Essa é uma fatia enorme de jovens que estão perdendo o controle da situação e se limitando a meros objetos da própria dependência. Com isso, deixam de sair com familiares, amigos, abandonam os estudos e têm uma série de conflitos familiares.
O distúrbio do jogo online é uma enfermidade que deve deixar os pais, familiares e cônjuges atentos. Afinal, o jogador compulsivo costuma mentir sobre a quantidade de tempo que passa se dedicando aos fames e, além de tudo, é capaz de desenvolver tolerância e ter crises de abstinência.
Os exemplos advindos de outros países que tratam a dependência de jogos como uma questão de saúde pública são interessantes para compreendermos melhor esse fenômeno e como lidar com ele.
Confira alguns exemplos:
Portugal: em terras lusitanas, o CHPL (Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa) fez uma revisão de trabalhos acadêmicos existentes e chegou à conclusão de que 1 a 10% dos jogadores do ocidente estão sujeitos à desordem do videogame. Por isso, estão implementando medidas preventivas para conscientização da população;
Coréia do Sul e Japão: o percentual de jogadores viciados no oriente é maior, chegando a até 15% dos gamers. Por isso, os governos destes dois países estão aprovando legislações para limitar a indústria de desenvolvimento de jogos;
China: o país que virou símbolo do desenvolvimento no mundo vem dificultando a aprovação de mais jogos para minimizar o consumo compulsivo desse tipo de produto.
E esses são somente alguns casos. A preocupação com o vício em jogos é crescente. Se você desconfia que o seu filho está ficando dependente da tecnologia, não hesite em procurar por ajuda.