De acordo com a folha informativa da OPAS, a Organização Pan-Americana de Saúde, representante da Organização Mundial da Saúde no Brasil, o uso abusivo de álcool é o principal fator de risco para mais de 200 lesões e doenças. Ele pode causar a incapacidade do indivíduo e até mesmo a morte.
Além disso, há uma relação íntima entre a dependência alcoólica e uma série de transtornos comportamentais e mentais. Não é à toa que a pessoa que bebe fica mais suscetível até mesmo à transmissão de outras enfermidades, como as DSTs por exemplo.
Embora o consumo de bebidas seja amplamente utilizado nas mais diversas culturas ao redor do mundo há muitos séculos, essa é uma substância psicoativa com propriedades maléficas para o bem estar e que, obviamente, causam dependência. Isso pode ocasionar ônus inclusive econômico e social para toda a sociedade.
Por isso, a OMS recomenda que as pessoas e suas lideranças estejam atentas aos padrões de consumo em cada região. Além de realizar campanhas de prevenção e tratamento do alcoolismo de maneira ampla e gratuita à toda população.
No entanto, sabemos que essas orientações não são seguidas à risca pelos governos. Justamente por isso, principalmente no Brasil, as clínicas particulares têm suprido a demanda de leitos que o sistema de saúde deveria oferecer, mas não entrega em números compatíveis com a realidade.
As recomendações da OMS se dão principalmente no âmbito da prevenção do alcoolismo. A entidade vem há anos orientando os desenvolvedores de políticas públicas para que tratem o consumo de álcool e de outras drogas como uma questão de saúde e não no aspecto criminal.
Dentre as estratégias indicadas estão a regularização na comercialização de bebidas, a restrição da disponibilidade de álcool, o uso de mecanismos de tributação e preços, além da sensibilização do público para os efeitos nocivos do seu consumo.
Na questão do tratamento, a organização orienta que haja o fornecimento de terapias acessíveis ou gratuitas. Elas devem ser implementadas em programas de saúde e intervenção bem estruturados de acordo com cada realidade. No entanto, o tempo de internação dos pacientes deve ser breve e muito bem aproveitado para que seja realmente efetivo.
Os esforços da equipe envolvida devem ser concentrados na redução do uso nocivo do álcool e no compromisso do paciente com a abstinência. Além disso, o tratamento precisa ser embasado em metodologias cientificamente comprovadas.
Outro elemento fundamental nas orientações da Organização Mundial da Saúde é o amparo de uma equipe multidisciplinar. Já que a doença é complexa e envolve inúmeros aspectos, sejam eles físicos, sociais, emocionais, psicológicos, entre outros, é preciso que diferentes áreas se unam na intervenção.
Uma abordagem mais ampla é muito mais inteligente e gera resultados mais significativos. Isso evita, inclusive, a necessidade de uma nova internação, pois o indivíduo consegue manter-se sóbrio por mais tempo ou até mesmo de forma definitiva.